Capítulo 18 de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de
Allan Kardec – Muitos os chamados e poucos os escolhidos. Itens 1 e 2 –
Parábola da Festa de Núpcias (ou Parábola das Bodas).
Nossa reflexão de hoje examina à luz da Doutrina Espírita a PARÁBOLA DAS BODAS narrada pelo Evangelista Mateus em seu Evangelho, capítulo 22 versículos 1 a 4.
A Parábola das Bodas parece uma história
fantástica, bem ao gosto da cultura oriental, ela narra o casamento de um
príncipe para o qual o Grande Rei prepara uma festa suntuosa despachando seus
emissários para buscar os convidados. Alguns dos servos apanharam, outros
morreram e ninguém aceitou ao convite. Finalmente, o rei manda que fossem às
ruas buscar todos os que encontrassem, bons e maus, para a festa. Entre os que
compareceram porém um se achava sem a VESTE NUPCIAL (roupa adequada) e ordenou o
rei que lhe jogassem onde há trevas e ranger de dentes, porque MUITOS SÁO OS
CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS.
A história parece um enigma a princípio, mas ela
simboliza a relação de DEUS (o Grande Rei) com a TERRA (o seu Reino). A
humanidade são os convidados. O NOIVO é Jesus... Seus emissários são os
profetas e missionários que pagaram com a vida sua tarefa de convidar os homens
para a Verdade Imortal que traria Jesus com a boa nova da LEI DE AMOR.
MUITOS SÁO CHAMADOS MAS POUCOS OS ESCOLHIDOS
representa exatamente a nossa postura de adiar a nossa adesão à verdade
espiritual. Todos somos convocados diariamente ao testemunho de nossa FÉ NO BEM
perante os desafios da vida para que nos comportemos com ética, bondade e amor.
Apegados ainda à superficialidade dos valores
meramente materiais, e sensoriais (todos transitórios) vamos a cada dia
RECUSANDO O CONVITE que Deus nos faz através de inúmero portadores da verdade,
a fim de que compareçamos à grande festa espiritual da nossa redenção pelo
AMOR.
A Providência Divina jamais cessa de enviar à Terra
seus emissários, cada um deles encarregados de revelar pouco a pouco uma faceta
da verdade que resplandece vitoriosa com a restauração dos ensinos de Jesus
através do advento do ESPIRITISMO.
Em toda a história anterior à vinda do Cristo, a
Terra foi visitada por mensageiros celestiais que iniciaram o trabalho de
sensibilização do homem para o advento da Lei do Amor, personificado em Jesus
de Nazaré.
Buda, Confúcio, Lao-Tsé, Parmênides, Pitágoras,
Anaximandro, Sócrates, Platão, Aristóteles, Hermes e todos os profetas hebreus
que sucederam a Moisés foram esses iniciados que preparam o solo do coração
humano para as sementes que Jesus, o divino semeador, viria mais tarde cultivar
na aridez de nosso espírito.
Jesus surge fulgurante na noite escura de nossa
ignorância trazendo sua claridade solar e transformando o DEUS DO MEDO dos
antigos hebreus no DEUS DA ESPERANÇA, ensinando-nos a chamá-lo de PAI NOSSO!
Mas os interesses mundanos que nos dominam a todos
que ainda estagiamos nas faixas primárias da compreensão, transformou a
mensagem singela da fraternidade pura que o Cristo de Deus nos trouxe em
mercadoria de varejo. Vedemos o Cristianismo puro e simples, amoroso e bom em
troca de PODER, PRESTÍGIO, FAMA E DOMÍNIO.
A Idade das Trevas trouxe de volta a escuridão ao
pensamento. Sem filosofias! Sem poesia! E acima de tudo SEM AMOR! O Cristo de
Deus vestiu-se de púrpura e ouro fazendo-se representar pelos sacerdotes
romanos de todos os tempos que todo tipo de atrocidade cometeu, mercadejando a
mensagem do cordeiro em troca de moedas vis. Jesus teve em nós, milhares de
Judas que O traíram fingindo beijar-lhe a face.
O Espiritismo porém aparece em pleno SÉCULO DAS
LUZES como facho celestial a romper as trevas. Cumpre ao seu tempo a promessa
feita por Jesus de que nos mandaria O CONSOLADOR PROMETIDO.
O ESPÍRITO DA VERDADE, líder de uma falange
de falange de Espíritos Sábios orienta e preside ao estabelecimento do
Espiritismo na Terra, e ficará conosco para sempre, conforme prometeu Jesus
O ESPIRITISMO nesse instante assume o seu papel de
reviver o Cristianismo em sua feição primitiva e pura. Resgatar os ensinamentos
de Jesus que haviam sido esquecidos e, retirando-lhes as alegorias e os
detalhes circunstanciais, desnudar lhes a grandeza moral.
A Doutrina dos Espíritos sucede ao Cristianismo,
trazendo o DEUS DO
AMOR E DA RAZÃO que não mais se teme mas no qual se CONFIA
porque se pode usar a RAZÃO, a LÓGICA e o BOM SENSO para entender a Sua
grandeza sempiterna.
A FÉ recebe alta dos sanatórios. FÉ CEGA nunca mais! Com o Espiritismo a fé passa a ser raciocinada. Volta a liberdade de pensar, de interrogar, de filosofar e de CRER não porque nos mandaram crer, mas porque se EXPERIMENTOU pessoalmente ou usando a razão no encadeamento de nossos achados científicos e filosóficos.
E a VESTE NUPICIAL? Aquela pela qual o convidado
imprevidente foi mandado pelo Grande Rei para ser castigado e sofrer... Ela
representa o nosso ATRASO ESPIRITUAL. Não estamos todos ainda presos aos ciclos
das reencarnações onde há sofrimento, dor, provas e expiações exatamente porque
nos deixamos arrastar pelas paixões da matéria?
A VESTE NUPCIAL é exatamente aquela condição em que
o homem rende-se à LEI DO AMOR, amor que purifica e nos lava os tecidos sutis
do perispírito. Que nos coloca prontos para prestigiar a Grande Festa de
Casamento de JESUS com a HUMANIDADE, inaugurando a era nova de PLANETA DE
REGENERAÇÃO a que está destinada a nossa amada TERRA.
A roupa adequada para essa festa não se encontra a
venda. Não se pode comprá-la, porque não é material, mas fabricada com a
substância moral de nossa regeneração, de nossa modificação íntima para o bem.
Enquanto essa mudança não acontecer, estaremos
ainda presos às reencarnações expiatórias. E cá entre nós, EU PESSOALMENTE já
estou farto desse negócio de sofrimento e dor!
AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO não tem nada a ver
com religiosidade, mas com CAPACIDADE INTELECTUAL! Aquele que pensa nas consequências
de seu DESAMOR, ORGULHO E EGOÍSMO chega facilmente ä conclusão de que AMAR é
preço menor que sofrer.
Usando hoje nossa inteligência somos capazes de nos
avaliar e ver claramente quais são nossos pontos fracos que ainda nos prendem
ao sofrimento e à dor.
É por isso que todo CENTRO ESPÍRITA SÉRIO promove em
suas fileiras cursos que preconizam o AUTOCONHECIMENTO a fim de patrocinar a
nossa MELHORIA MORAL e nos arrancar por nosso próprio esforço das reencarnações
expiatórias.
Com a prática do bem, a adesão incondicional à
caridade, pouco a pouco vamos eliminando as sujidades que encobrem a nossa
VESTE NUPCIAL e substituindo vícios e imperfeições por virtudes, qualidades.
Claro que dá trabalho! Qual das conquistas de sua
vida não foi feita com esforço? A compensação desse esforço porém é o fato de
que não são conquistas transitórias como um carro importado, uma casa, um
título acadêmico, um corpo perfeito ou uma relação afetiva de êxtases! As
conquistas morais são para sempre, porque são os únicos bens que você consegue
levar deste mundo e trazer para seu uso em vida futura...
Vale refletir na inutilidade e no estrago que nosso
ORGULHO e nosso EGOÍSMO tem trazido às nossas vidas e ATRAVÉS DO AMOR aderirmos
ao programa de crescimento espiritual traçados por nós por JESUS, o Mestre de
nossa vidas, que tem o único objetivo de nos conduzir à FELICIDADE.
Terminamos com as
considerações de Allan Kardec, acerca de nosso tema: “Mas não basta ser
convidado; não basta dizer-se cristão, nem tampouco sentar-se à mesa para
participar do banquete celeste”.
“E necessário, antes
de tudo, e como condição expressa, vestir a túnica nupcial, ou seja, purificar
o coração e praticar a lei segundo o espírito, pois essa lei se encontra
inteira nestas palavras: Fora da caridade não há salvação. Mas entre
todos os que ouvem a palavra divina, quão poucos são os que guardam e a
aproveitam!”
“Quão poucos se tornam
dignos de entrar no Reino dos Céus! Foi por isso que Jesus disse: Muitos
serão os chamados e poucos os escolhidos”.
Obrigada
ResponderExcluirObrigada
ResponderExcluirMuito bem explicado. Obrigada!
ResponderExcluirMuito bem explicado. Obrigada!
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