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domingo, 5 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES ESPÍRITAS: Os bons Espíritas

Capítulo  17 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” de Allan Kardec – Sede Perfeitos -  Item 4 – Os Bons Espíritas.

Muitos de nós encaramos o ESPIRITISMO como um pronto socorro. Uma loja de departamentos à disposição de nossos caprichos onde ao troco de algumas poucas práticas obtemos o que desejamos para comodidade de nossas vidas.

Adentramos às portas da Casa Espírita como o comprador que busca objetos utilitários, indiferentes à proposta de modificação moral que QUALQUER RELIGIÃO oferece, se encarada com sinceridade em seus princípios básicos.

Mercadejamos com a VERDADE como se ela fosse simples quinquilharia para adornar nossas vidas, deslumbrados com a cor e o brilhos e distraídos das graves consequências que a conscientização da realidade traz consigo...

Buscamos nos ESPÍRITOS tão somente lacaios que nos sirvam às futilidades, desejosos de resolver nossos problemas com o sacrifício alheio...

Para nós, sejam guias ou benfeitores, iluminados ou aprendizes da espiritualidade, o que importa é que os ESPÍRITOS NOS SIRVAM e nos sirvam bem...

É comum que o ESPIRITISMO, por sua feição de Pronto Socorro Espiritual com capacidades multidisciplinares de atendimento às criaturas, receba às suas portas as mais variadas expressões de necessidades em busca de soluções.

Busca, a maioria, o alívio das dores que lhe afligem das mais variadas formas.

Este, visitado pela perda do ente querido, busca alívio na consolação, através das notícias alvissareiras da imortalidade.

Aquele outro, alcançado pela dor do desequilíbrio no organismo do próprio lar, busca alívio na pacificação interior, com efeito imediato na conquista da harmonia.

Outro ainda, pede pelo mal do corpo que lhe aflige a saúde, recorrendo às energias refazedoras do passe e da água fluidificada, qual analgésicos instantâneos ao alcance da mão.

Porém é preciso lembrar que se o ESPIRITISMO realmente oferece alívio a todas as dores do corpo e da alma, em última análise, alívio é muito diferente de cura.

Quem cogite adentrar o ESPIRITISMO na orientação kardequiana sem empreender modificação real, visceral e profunda em seu interior, iguala-se ao doente que se ilude alcançar a remissão da dor atroz do corpo à simples leitura da bula do medicamento, sem contudo ingeri-lo.

O ESPIRITISMO está equipado pelo Plano Maior com recursos de consolação e alívio através da boa vontade de seus servidores e das energias canalizadas do Plano Espiritual. Porém o remédio capaz de curar efetivamente aqueles que lhe batem à porta é o EVANGELHO DE JESUS em sua feição de Renovador do Espírito.

Somente a reforma interior através do auto-enfrentamento sem temor pode ajudar a tornar sã a condição daquele que ressona confortável ainda na infância evolutiva, para assumir desperto a maturidade de alma em reconstrução.

Até porque, embora entres e saias porta adentro e afora das casas espíritas na condição de buscador de alívio ou simpatizante, a Vida há de nos renovar sempre o convite para que te aproximes do ESPIRITISMO na condição de servidor.

(O trecho acima em itálico foi extraido de uma mensagem do Espírito Scheilla, psicografada na Fundação Kardec de Vivência Espírita durante Reunião Pública, na cidade de Rio Grande da Serra, SP)


Algumas perguntas podemos nos fazer para verificarmos se no esforço de sermos BONS ESPÍRITAS temos conseguido  a alegria de nos tornarmos ESPÍRITAS BONS:

   
1.    Já exemplifico o perdão dentro de casa tanto quanto desejo ser perdoado e respeitado em minhas limitações e deslizes pelos que respiram comigo a atmosfera abençoada do LAR?

2.    Tenho demonstrado a indulgência para com os erros alheios, calando a crítica e a acusação, compreendendo que posso resvalar no mesmo tropeço que meu irmão se encontra?

3.    Sei praticar a CARIDADE DESINTERESSADA além da oferta de moedas, pão e agasalho... na palavra que auxilia, no exemplo que dignifica, na conduta que educa, no silêncio que perdoa, no gesto que incentiva o bem e, principalmente, na humildade de ser o que sou, buscando melhorar a cada momento?

4.    Falo a VERDADE com brandura medindo a conveniência do que digo, envolvendo as palavras com o clima da misericórdia e gentileza, diferenciando SINCERIDADE de CRUELDADE ou ainda me demoro no pedestal orgulhoso de defensor da REALIDADE DOA A QUEM DOER esquecido de que a VERDADE cruel de mim mesmo também machuca meu coração quando refvelada sem o anestésico da indulgência e o curativo da caridade?

5.    Faço diariamente um exame de consciência antes de dormir a fim de examinas meus pontos falhos, planejar reparações de erros e ofensas e buscar estratégias de comportamento que me ajudem a melhorar ou deito-me tranqüilo no travesseiro da inconseqüência esquecido de que sou ESPIRITO ETERNO nascido para viver e crescer, que dará conta aos maiorais da Vida   Espiritual de cada ato em desacordo com as divinas e misericordiosas LEIS DE DEUS?

6.    Como me saio na equação VERBO de espírita – versus – AÇÃO no bem de todos? Sou daqueles que ainda usam a envilecida técnica do FAZ O QUE EU MANDO MAS NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO em flagrante incoerência com a doutrina transformadora que digo professar?

7.    Faço dos espíritos bondosos meus LACAIOS e MORDOMOS abusando da bondade ou da ignorância desses agentes espirituais para buscar facilidades na vida material e afetiva ou já entendo que os luminares da espiritualidade atuam em meu favor com ensinamentos, inspirações e energias de apoio tão somente nas ocasiões em que com MEU ESFORÇO PRÓPRIO não venço as dificuldades comuns a vida de todos, sem privilégios ou concessões que ainda não mereço?

8.    Qual a qualidade de minhas preces e orações? Já sei pedir força e coragem para enfrentar a dificuldade ou ainda uso o recurso da oração para NEGOCIAR com DEUS facilidades que não mereço? Já sei usar a PRECE DE GRATIDÃO a Deus, a Jesus ou aos bons espíritos agradecendo até mesmo meus problemas desafios que se apresentam para desenvolvimento das minhas qualidades espirituais ou em minhas orações me demoro na queixa e na reclamação de criança mimada, equivocada quanto ao próprio dever de viver, aprender, lutar e servir?


9.    Contento-me com  o que sou, acomodando-me na poltrona da negligência, acreditando equivocadamente que “pau que nasce torto morre torto” ou experimento diariamente o desconforto de minhas imperfeições, lutando desassombradamente contra elas na ânsia de progredir com a ajuda de DEUS?

10.    Sei usar o SERVIÇO AO PRÓXIMO como ferramenta de educação de minha alma, buscando me superar em servir sem reclamar, sem medir esforço e sem esperar recompensa ou ainda estou na velha pratica do PRIMEIRO EU, SEGUNDO EU, TERCEIRO EU... esquecido de que Jesus me ensinou que “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida para a redenção de muitos” ?
Allan Kardec nos trecho em estudo é categórico ao afirmar: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações”.

Ensina ainda o Codificador do Espiritismo: Enquanto o homem vulgar preocupado apenas em gozar a vida “se contenta com o seu horizonte limitado”, o mais consciente, “quer apreender alguma coisa de melhor”, se esforça por desligar-se de suas limitações e “sempre o consegue, se tem firme a vontade”.

Para se intitular um “Bom Espírita” ensina Kardec que devemos simplesmente imprimir todos os esforços na transformação de nossa moral e na superação de nossas imperfeições. Porém para sermos cristãos, como o Cristo recomendou, além de sermos bons espíritas, é imprescindível que também sejamos Espíritas Bons!

Que o amor nos oriente a jornada, para que possamos ser bons o tempo todo, como é conosco o nosso Pai Celestial.




 




5 comentários:

  1. Boa tarde,André,gostei muito da análise desse item IV,do cap.XVII do E.S.E.
    Você abordou aspectos imprescindíveis para nos tornarmos bons espíritas e espíritas bons.Hoje,à noite,no C.E. Chico Xavier,em Búzios,abordarei o tema.Obrigada.Forte abraço

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