Reflexão do
EVANGELHO NO FACEBOOK de 23 de Abril de 2017: Capítulo 5 – Bem Aventurados os Aflitos
– item 22 - UM HOMEM DE BEM TERIA MORRIDO
TEMA:
Capítulo 5 – Bem Aventurados os Aflitos – item 22 - Um homem de bem teria
morrido
Essa Instrução Espiritual sob nossa reflexão, traz a assinatura de
Fénelon, sobre o qual nos conta a Wikipedia: François Fénelon, pseudônimo de François de Salignac de La Mothe-Fénelon (6 de agosto de 1651 - 7
de janeiro de 1715), foi um teólogo católico, poeta e escritor francês, cujas ideias liberais sobre política e educação, esbarravam contra o "status quo" da Igreja e do Estado dessa época. Pertenceu à Academia Francesa de
Letras.
Ele inicia a sua mensagem citando um ditado
comum em todas as épocas, quando alguém de má reputação ou mau caráter sofre um
atentado, um acidente, um grande perigo ou uma doença e sobrevive, costumamos
dizer: “Se fosse um homem de bem teria morrido”.
Isso porque em nosso “senso comum” cremos que
DEUS leva para si os bons, deixando na Terra condenados a viver com os maus.
Fénelon diz que esse pensamento é justo, uma
vez que DEUS em sua justiça e misericórdia não prolongaria a pena de um homem
que “já cumpriu sua sentença”,
Na Terra, estagiamos nós os espíritos ainda
retardatários no progresso moral, de sorte que uma vida longa sobre a Terra
também significa uma grande oportunidade de repararmos os erros de nosso
caráter e progredirmos espiritualmente.
Naturalmente que não podemos generalizar extrapolando
em concluir que todos os anciões são espíritos comprometidos com a Lei de Deus
enquanto todos os que morrer precocemente seriam os mais adiantados.
Assim como há aqueles nobres espíritos que
rogam a Deus uma vida longa, ou mesmo o prolongamento de suas existências para
que possam mais e melhor servir à humanidade; há também em maior medida aqueles
partem precocemente da vida por seus abusos, vícios, e outros equívocos do
comportamento imaturo ou mesmo criminoso.
Então o ditado não serve de regra, é mero
pretexto do grande ensaísta Fénelon para nos deixar um ensinamento ético-moral.
A expressão, porém, revela o nosso egoísmo e
nosso equivoco ao desejar na Terra a morte dos maus e a permanência dos bons,
Ensina Fénelon: Cometeis então um grande erro, porque
aquele que parte terminou a sua tarefa, e o que ficou talvez nem a tenha
começado. Por que, então, quereis que o mau não tenha tempo de acabá-la, e que
o outro continue preso à gleba terrena?”
A maneira
maniqueísta como pensamos, classificando os que nos cercam em bons ou maus,
justos e injustos, positivos ou negativos, denota infantilidade e visão
estreita sobre a vida.
Todos os que
nos cercam carregam consigo a centelha divina do amor que mais cedo ou mais
tarde irá irromper, seja pelas dores do sofrimento, seja pelo amor que nasce da
compaixão, todos nós passaremos da condição de “mais ou menos maus” para a
condição de “mais ou menos bons”.
É isso! Na Terra
não somos absolutamente maus ou bons, somos mais ou menos. O esforço pessoal para
progredir e a resignação perante o sofrimento que é consequência natural dos
embates do Espírito que já escolhe a senda do progresso, é que vai nos
distinguir do “homem velho” que fomos ontem quando a ignorância nos protegia de
nossos desatinos.
Então quando
julgamos os outros, desejando-lhes castigos ou a morte, estamos em verdade
lavrando uma sentença contra nós mesmos, pois estamos declarando à VIDA: 1)
Quem errou merece ser castigado. 2) Não acreditamos em educação nem
regeneração, mas sim em castigos e punições. 3) Quando agirmos equivocadamente,
merecemos CASTIGO não compreensão.
Merecemos sofrer e não educação...
Gente, gente,
gente... vamos devagar com os julgamentos e condenações. Jesus ensinou essa lei
quando afirmou que “com a mesma medida que julgardes sereis julgados”... Ele
estava dizendo: Cuidado com as condenações... Melhor é o amor, melhor é a
compreensão, melhor é a compaixão.
Nosso atual estágio
na Terra é um convite diário a tomarmos POSIÇÃO perante o comportamento do
outro. Ignoramos quais as dificuldades do outro, as tentações que ele sofreu, o
quando ele se esforçou para não erra mais do que errou...
Mesmo
conscientes de que IGNORAMOS todos os lances daquele drama íntimo que culminou
com o erro, crime ou equívoco, nos apressamos em OPINAR que muitas vezes é tão
somente JULGAR a outra criatura...
Aquele é
corrupto, tem que ser preso... aquele é criminoso, tem que ser punido... aquele
outro é pedófilo, tem que sofrer e morrer... não vamos entrar nesse jogo amigos
e amigas. Uma coisa é fazer uma APRECIAÇÃO dos fatos para aprendermos com eles,
outra coisa é nos ESCANDALIZAR com a conduta que muitas vezes não nos diz
respeito e que não possuímos GABARITO MORAL para julgar e condenar.
APRECIAR um
fato é olhar todos os ângulos e perceber que HOJE eu não agiria dessa forma,
saber que AGORA temos uma moral diferente daquela que estamos observando, que
FUTURAMENTE podemos escorregar em nosso valores e cometer deslize semelhante,
em proporções maiores ou diminutas...
Assim quando
dizemos que não julguemos, não estamos recomendando COMPACTUAR COM O MAL, mas
sim APRECIAR a questão do ponto de vista espiritual, sob a ótica do Espírito
imortal, que vive diversas vida a fim de lentamente progredir.
Não julgar não
é aprovação do erro, mas uma opção pela MISERICÓRDIA. Os equivocados e
equivocadas perante as Leis de deus, já carregam em si a condenação de sua consciência
que um dia despertará, bem como o tormento de arcarem por si mesmos as consequências
de seus atos e repará-los, restituindo o equilíbrio às leis cósmicas que
pessoalmente transgrediram.
É assim com os
outros, é assim conosco. Então o mais sábio é, perante o comportamento criminoso,
exaltarmos a MISERICÓRDIA e a EDUCAÇÃO. Saber que aquele espírito que hoje está
à mercê da cadeia, da condenação, da execração pública é nosso IRMÃO ou IRMÃ e
que será um Espírito perfeito, ao final de sua jornada evolutiva, tanto quando
nós.
Gosto de fazer
essa proposta didática: “Se o seu filho fosse um ladrão de frutas pego em
flagrante, qual a CONDENAÇÃO que você lhe lavraria? Ouvir um belo sermão,
repetir as lições sobre a honestidade e respeito ao que é dos outros, fazê-lo
reparar o erro devolvendo as frutas ou mesmo prestando algum serviço àquele que
foi lesado... OU você condenaria seu filho à prisão perpétua, desistindo de
EDUCÁ-LO?
Pois é! DEUS é
muitas milhares de vezes, aliás, infinitamente, mais misericordioso do que eu e
você. Se nós não lavraríamos uma sentença absurda contra nossos filhos, porque
DEUS lavraria contra os filhos dEle, que são cada criminoso que sabemos, e que
são em verdade nossos irmãos perante Paternidade Celestial?
Dia virá em que
o SISTEMA PENAL no Planeta Terra será uma Universidade do Caráter, habilitado a
restituir à sociedade homens e mulheres de bens, após a REEDUCAÇÃO adequada às
infrações legais que cometeram.
Nos PLANETAS DE
REGENERAÇÃO é assim. E é para essa categoria de Planeta que a Terra está transitando,
então não JULGUEMOS NEM CONDENEMOS, antes eduquemos com nosso exemplo de
conduta.
Fénelon encerra
sua curta mensagem com um parágrafo em que cada frase merece uma reflexão
especial...
·
“Habituai-vos a não censurar o que não
podeis compreender, e crede que Deus é justo em todas as coisas”. – De nada adianta nossa revolta que geralmente
é fruto de nossa ignorância dos fatos que regem a vida. Tudo0 está certo e
equilibrado sob a tutela paternal de Deus.
·
“Frequentemente, o que vos parece um
mal é um bem”. – a doença é enfermeira da alma, a morte a libertação para a
vida verdadeira, a solidão ensina a valorizar os afetos, a privação uma
educadora de economia, a abastança um teste de parcimônia... Tudo na vida trabalha
para a nossa Educação e para o nosso mais perfeito BEM.
·
“Mas as vossas faculdades são tão
limitadas, que o conjunto do grande todo escapa aos vossos sentidos obtusos”. –
Encarnados, sofremos o restringi mento de nossa cidadania espiritual que
trazemos das múltiplas existências. Aquilo que não compreendemos hoje saberemos
a razão e o porquê na Pátria Espiritual, e termos oportunidade de louvar a
sabedoria de Deus e a justeza da vida.
·
“Esforçai-vos por superar, pelo
pensamento, a vossa estreita esfera, e à medida que vos elevardes, a
importância da vida terrena diminuirá aos vossos olhos”. – A prece e a
meditação são exercícios do pensamento que nos colocam em sintonia com a
sabedoria de Deus e nos ajudam a compreender o que nos figura hoje um enigma ou
mistério. Usemos a oração, a leitura edificante, a meditação demorada sobre o Evangelho
e conquistaremos a elevação, ainda aqui na Terra, para compreender muitas
coisas que agora ignoramos.
·
“Porque, então, ela (a existência
terrena) vos aparecerá como um simples
incidente, na infinita duração da vossa existência espiritual, a única
verdadeira existência”. - Somos todos Espíritos imortais fadados à perfeição.
Respeitemos o nosso ritmo de aprendizado e o dos que nos cercam. Cada um tem
sua marcha e somente eu e você sabemos
a aspereza ou maciez do solo que palmilhamos.
CONFIEMOS EM DEUS, Ele já nos surpreendeu inúmeras vezes com sua
bondade, misericórdia e justiça, e com a brandura de nosso coração e a
pacificação de nossas almas, estaremos ainda mais preparados e sintonizados com
ELE a fim de podermos receber as surpreendentes provas de amor que reserva aos
seus filhos bem amados que somos todos nós.
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